quinta-feira, 4 de julho de 2013

Rio Ceira

 
 

Rio, companheiro e amigo,
parceiro de alegrias e mágoas,
quantos sonhos foram contigo
envoltos nas tuas águas.
 
 
Tantos sonhos partiram,
sem volta na Primavera,
alguns não se despediram,
permanecem em quimera.
 
Quantas viagens eu fiz,
parada nas tuas margens
a ver-te correr feliz,
buscando outras paragens.
 
Levaste-me pela mão,
a percorrer o teu leito,
e eu deitei-me neste chão,
aconcheguei-me ao teu peito.
 
 
 
 

terça-feira, 2 de julho de 2013

Nostalgia




Naquele tempo passado,
que hoje é de saudade,
dias tristes também havia,
era uma criança inocente,
somente dez reis de gente,
a quem a vida não sorria.
 
Sem tempo para brincar,
lá ia eu trabalhar,
coisa de gente crescida,
a correr e a saltar,
para ao tempo ganhar,
pedaços da minha vida.
 
Meu relógio era o dia,
e pelo Sol eu geria,
o tempo que ainda tinha,
para poder andar na rua,
antes que surgisse a lua.
e chegasse a noitinha.
 
Fazer todos os mandados,
levar todos os recados,
não importava a distância,
os deveres eram sagrados,
deslizes não eram tolerados,
e eu era só uma criança.
 
Eram curtos os horizontes,
fechados naqueles montes,
onde o Inverno era tão frio,
o  verão era tão escaldante,
mas eu tinha como amante,
O “Ceira”... meu querido rio.

domingo, 23 de junho de 2013

Ser Transparente





Falta à humanidade coragem,
de se expor, ser transparente,
abrir o que tem na bagagem,
e  mostrar tudo o que sente.
 
Sem medos desnudar a alma,
derrubar muros saltar barreiras,
enfrentar furiosa ou com calma,
não se esconder nas trincheiras.
 
Permitir-se viver em plenitude,
correr riscos e desabrochar,
fazer das fraquezas  virtude,
ter coragem não se mascarar.

Eu sei que estou a sonhar,
não passa de utopia insana,

este meu desejo de acabar,
com a fragilidade humana.

sábado, 22 de junho de 2013

Mais que Palavras

Poemas, são mais que palavras,
rimas, versos ou quadras cantadas,
poesia é livre, nunca acorrentada,
tece teias nas inquietas madrugadas
liberta o que prende, na alvorada.

No Sol que desponta no horizonte,
na água que brota da fonte,
no cheiro da terra molhada,
no vento que sopra no monte,
e nas melodias da passarada.

Na noite mais escura e tenebrosa,
na mente mais inquieta e nublosa,
na desesperança e na melancolia,
na personalidade mais orgulhosa,
vive de alguma forma, a poesia.

Procuro as palavras que não sei,
ocultas da poetisa que não serei,
quantos poemas ficam por fazer,
pintados em quadros que imaginei
mas  não soube como resolver.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Poesia


Com a minha neta a brincar,
vejo a infância que não tive,
como não  posso lá voltar,
aprecio  o que tenho vivido.

Sou médica ou enfermeira,
mecânica, policia, eletricista,
professora ou cozinheira,
cantora, atriz ou estilista.

Sou tudo o que ela quer,
na seu infinita imaginação,
às vezes  não sou mulher,
Sou um burrito ou um cão.

Mas na hora do hó hó,
quer colinho e aconchego,
aí entra em cena a avó ,
a protetora, sem  medo.

 Olho para ela embevecida,
zelo pelo seu sono profundo,
esta seria a Infância devida,
a todas às crianças do Mundo.