terça-feira, 2 de julho de 2013

Nostalgia




Naquele tempo passado,
que hoje é de saudade,
dias tristes também havia,
era uma criança inocente,
somente dez reis de gente,
a quem a vida não sorria.
 
Sem tempo para brincar,
lá ia eu trabalhar,
coisa de gente crescida,
a correr e a saltar,
para ao tempo ganhar,
pedaços da minha vida.
 
Meu relógio era o dia,
e pelo Sol eu geria,
o tempo que ainda tinha,
para poder andar na rua,
antes que surgisse a lua.
e chegasse a noitinha.
 
Fazer todos os mandados,
levar todos os recados,
não importava a distância,
os deveres eram sagrados,
deslizes não eram tolerados,
e eu era só uma criança.
 
Eram curtos os horizontes,
fechados naqueles montes,
onde o Inverno era tão frio,
o  verão era tão escaldante,
mas eu tinha como amante,
O “Ceira”... meu querido rio.

2 comentários:

  1. Este seu poema é lindo e faz-nos lembrar a infância de muitos de nós nos anos 60, adorei!

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